30 abril 2013
Álvaro Cunhal - Centenário
"Vida,
pensamento e luta: exemplo que se projecta na actualidade e no futuro"
Em 2013,
perfazem-se 100 anos sobre o nascimento de Álvaro Cunhal.
As
comemorações do centenário realizam-se ao longo de todo esse ano, subordinadas
ao lema «Vida, pensamento e luta: exemplo que se projecta na actualidade e no
futuro». Trata-se da homenagem a uma «das mais ricas e fascinantes
personalidades do século XX português», a personalidade que em Portugal, no
século XX e na passagem para o século XXI, mais se destacou na luta pelos
valores da emancipação social e humana, com forte projecção no plano mundial.
De facto, a vida, o pensamento e a obra de Álvaro Cunhal justificam e tornam
indispensável esta homenagem, de inegável significado, que não deixará,
certamente, de salientar o seu exemplo, inserido na acção colectiva em que se
integrou e na causa à qual dedicou toda a sua vida. Homenagem que é também uma
indispensável valorização de um legado constituído por um pensamento, acervo de
análises e acção, que expressa um conteúdo a que a vida deu e dá razão e que
tem uma crescente projecção na actualidade e no futuro.
Fonte: Município de Foz Côa
29 abril 2013
Maqueta Ferrovia - Exposição
De 4 a 31 de Maio
Galeria de Arte do Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa
A maqueta
que Félix Torres apresenta, lembra outros tempos, aqueles que tiveram o
privilégio de conhecer e percorrer os 77 quilómetros que separam La Fuente de
San Esteban com Barca D`Alva.
Quem não
teve essa oportunidade, pode nesta exposição descobrir o encanto desta linha, encerrada
para transporte de mercadorias e passageiros desde o 1 de Janeiro de 1985, abandonada
desde então, foi curiosamente declarada como bem de interesse cultural no ano
de 2000 pelo Ministério da Educação e Cultura.
Desde o seu
encerramento, fizeram-se muitas reivindicações por parte de associações e particulares
reclamando a sua reabertura, mas sem efeito até então.
Fonte: Município de Foz Côa
26 abril 2013
25 abril 2013
25 de abril – Revolução dos cravos
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Revolução
Como casa limpa
Como chão varrido
Como porta aberta
como puro início
Como tempo novo
Sem mancha nem vício
Como a voz do mar
Interior de um povo
Como página em branco
Onde o poema emerge
Como arquitectura
Do homem que ergue
Sua habitação
Sophia de Mello Breyner
22 abril 2013
III Passeio Pedonal pela linha do Douro - Vídeo
III Passeio Pedonal pela linha do Douro - 30/03/2013
Percurso: Estação de Almendra - Barca d'Alva
*** Vídeo da autoria de Aldeia Douro ***
18 abril 2013
16 abril 2013
11 abril 2013
Olhares D' ouro
Fotografias do nosso querido amigo, conterrâneo e membro dos órgãos sociais da Foz Côa Friends, Associação - Luís Branquinho Pinto.
Não comentamos, apreciamos…
09 abril 2013
Crónica de um passeio pela linha
Crónica de um passeio
pela linha
(a propósito do III Passeio
Pedonal – Almendra/Barca d’Alva)
Por terras de Foz Côa, já há muitos anos que a água
não caía tão intensa. Dias e dias a fio, as nuvens pesadas e negras
descarregavam quase ininterruptamente torrentes de chuva. Mesmo assim, uma
espreitadela aos sites meteorológicos
confirmava que naquele dia 30 de Março, o tempo amainaria, e o sol, embora
tímido, faria a sua aparição.
- Sábado não chove! - profetizava o Zé Constanço,
enquanto a chuva caía copiosamente sobre a procissão do senhor dos Passos.
- Chova ou não chova, já comprei a água e a fruta,
para dar ao pessoal na ponte de são Cibrão - respondi-lhe com convicção, não
fosse o Zé desanimar. O que é preciso é ter cuidado com a travessia da ponte;
já lhe roubaram várias pranchas do corredor e é preciso fazer um cordão de
segurança.
- Conta comigo, pá! Andei nos comandos a fazer o
quê?
...
Sete e trinta da manhã. Os autocarros da câmara
ocupavam já os lugares estratégicos para arrancar. Pelo trajecto até à estação
haveriam ainda de recolher caminheiros em Castelo Melhor e no cruzamento de
Almendra. E enquanto o Luís confirmava o pessoal inscrito e o Lebreiro
desfazia-se em cumprimentos, no Havaneza tomavam-se os primeiros cafés da manhã
e trocavam-se conversas e abraços.
- Eu vou com o Adriano à frente e esperamos por vós
na ponte - dizia o Zé, de NIKON a tiracolo. O Adriano leva uma merenda que já
me está a fazer água na boca!
- Não me digas que é lampreia, labuzeirão? E o garrafão?
- Ó tosco,
então isso é que faltava?!
...
Dez e trinta. Ponte de São Cibrão.
- Caminhem pela direita e aproveitem o corredor e o
corrimão - recomendei preocupado. Mais à frente faltam já algumas pranchas, mas o Diamantino, o Cazé e
Zé Constanço estão lá para ajudar! Na carrinha há maçãs e laranjas para todos. E água também. Temos muito tempo, só faltam quatro quilómetros para Barca d’Alva!
...
A atenção
exigida durante o percurso para evitar os pequenos obstáculos e acertar os pés
nas travessas da via-férrea não permitia gozar em pleno a paisagem espectacular
do rio Douro, mas agora ali, mesmo junto à ponte, enquanto se matava a sede e
se saboreavam umas excelentes laranjas, os olhos podiam correr lentamente pela
paisagem.
O Douro, bastante encorpado e lamacento das águas das chuvas,
espreguiçava-se entre a quinta da Canameira e a quinta do Sotero. Sobreposto ao
rio, o monte de Caliábria dominava a paisagem circundante, como que a reviver
os seus tempos imemoriais de antiga cidade muralhada e sede de arcebispado,
abandonada há séculos e perdida nas brumas do tempo. As vinhas e os olivais
corriam planuras e encostas e só se detinham bem próximo das margens do rio. A
completar o quadro, as urzes, as estevas e os rosmaninhos enchiam os ares do
perfume mais puro e mais precioso que existe. Hei-de trazer aqui a minha
família, dizia-me um simpático caminheiro. É sem dúvida uma paisagem
espectacular! Sou da Amora e ao passar aqui de barco, prometi a mim mesmo que
um dia faria a linha a pé! Ainda bem que vocês fazem estas actividades,
dizia-me o amigo Fonseca!
A caminhada
reinicia-se.
Os caminheiros avançavam, agora num extenso troço da linha sem
carris, cujo desaparecimento trouxe com certeza uns bons cobres à bichagem que os fanou! De repente encontro-me
completamente só! Nem carrinhas, nem gente! Que terá acontecido? Um cheirinho
delicioso a guisado pairava no ar puro da paisagem! De maçarico na mão, o
Adriano esquentava o tacho do galo preparado na véspera! Manjar delicioso! Galo
pica-no-chão, pão caseiro, queijo de ovelha, azeitonas de arregalar os olhos e aquela pinga tinta do Zé, inteiramente de sua
lavra, era de clamar aos deuses, os tais que nos haviam poupado de uma molhaça
do catano!
Doze e trinta.
Barca d’Alva começava a receber os primeiros
caminhantes. A linha que por viadutos atravessa o povo e vai quedar-se na
estação, conduzia os passeantes até ao abandonado cais de embarque. Ali mesmo,
abrigada sob o velho barracão de mercadorias, o Cazé estacionara a carrinha das
merendas, e a caixa de carga virara, como que por magia, numa copiosa mesa de
iguarias de toda a espécie. Livre, comunitária, oferecida! Nada lhe faltava,
nem o espectacular pastelão de espargos que o Reinaldo da concertina foi colhendo ao longo do
percurso e que pressurosamente fritara num restaurante local. Nem os deuses do
Olimpo comeriam tão bem!
Perto de cem
caminheiros haviam participado em mais uma acção em prol da reabertura da linha
internacional do Douro. A tal que, já nos tempos do Eça e do Junqueiro, havia
sido a mais importante via de caminho-de-ferro internacional.
A tal que possui
o percurso mais directo e mais lógico entre o Porto e o resto da Europa, mas
que só as mentes entupidas não querem ver! A tal que ainda hoje representa o expoente
da arquitectura e da engenharia portuguesa dos fins do século XIX! A tal que,
contra vales e abismos, barreiras e penedias, vales e montanhas, havia de se
erguer até San Esteban, à força do trabalho português que em perigos esforçados
levaria ao desaparecimento de duas centenas de corajosos operários que jazem
nos campos de Fregeneda.
Comparada com
eles, a nossa luta não passa de uma vulgar acção, porém sentida! E se apenas
isto fizéssemos, isto bastaria para reconhecer o valor e o trabalho da grandiosa
obra que muitos querem esquecer!
por José Ribeiro
Foz Côa Friends, Associação
02 abril 2013
BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE V. N. DE FOZ CÔA – AGRADECIMENTO
III Passeio Pedonal pela linha do Douro
Estação de Almendra – Estação de Barca d’Alva
30 de Março de 2013
UMA PALAVRA DE LOUVOR À EQUIPA QUE NOS ACOMPANHOU DE PRONTO
SOCORROS DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE V. N. DE FOZ CÔA
Felizmente, não foi necessária a intervenção do
pronto-socorro. Salvo umas tropeçadelas, mas sem contudo terem causado
problemas físicos ou dificuldades de progressão, o passeio correu às mil
maravilhas. No entanto, fora do nosso grupo, houve quem precisasse de ser
socorrido. Foi o caso de uma mulher espanhola, que, tendo tropeçado na antiga
ponte do Águeda, sofreu um grande golpe na testa. O facto terá passado
despercebido à maioria dos nossos companheiros do passeio, visto ter ocorrido à
hora em que se acervam os farnéis, e também porque foi bastante afastado do
local onde almoçavam – Mas estava lá a nossa reportagem e pôde registar o
episódio. Ficamos sem saber quem os contactou. Do que fomos testemunho, é que
eles chegavam ali a correr com as caixas na mão e que, a dita mulher, pese o
seu azar, teve a pronta assistência de que necessitava. Além disso, a
ambulância ainda a levou para o hospital de Figueira de Castelo Rodrigo - Faz
bem e não olhes a quem - Este o lema que norteia os soldados da paz, que, uma
vez mais, foi tão manifestamente dedicado, altruista e voluntarioso.
Felizmente, não foi necessária a intervenção do pronto-socorro. Salvo umas tropeçadelas, mas sem contudo terem causado problemas físicos ou dificuldades de progressão, o passeio correu às mil maravilhas. No entanto, fora do nosso grupo, houve quem precisasse de ser socorrido. Foi o caso de uma mulher espanhola, que, tendo tropeçado na antiga ponte do Águeda, sofreu um grande golpe na testa. O facto terá passado despercebido à maioria dos nossos companheiros do passeio, visto ter ocorrido à hora em que se acervam os farnéis, e também porque foi bastante afastado do local onde almoçavam – Mas estava lá a nossa reportagem e pôde registar o episódio. Ficamos sem saber quem os contactou. Do que fomos testemunho, é que eles chegavam ali a correr com as caixas na mão e que, a dita mulher, pese o seu azar, teve a pronta assistência de que necessitava. Além disso, a ambulância ainda a levou para o hospital de Figueira de Castelo Rodrigo - Faz bem e não olhes a quem - Este o lema que norteia os soldados da paz, que, uma vez mais, foi tão manifestamente dedicado, altruista e voluntarioso.
Jorge Trabulo Marques
Jornalista profissional