LUSA 13/05/2014 - 19:20
Distinguido na Alemanha e no Azerbeijão, o edifício
projectado por Camilo Rebelo e Tiago Pimentel foi agora premiado em Portugal.
Placa de atribuição do prémio |
Entrada do Museu do Côa |
O Museu do Côa, projectado pelos arquitectos Camilo Rebelo e
Tiago Pimentel, ganhou esta terça-feira o Prémio de Arquitectura do Douro que
visa promover boas práticas de construção no Património Mundial da Humanidade.
O galardão, instituído em 2006 pela Missão do Douro da Comissão de Coordenação
e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), foi entregue numa cerimónia que
decorreu em Sabrosa.
O Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Côa, localizado em Vila Nova de Foz Côa, é,
segundo o arquitecto Tiago Pimentel, "um museu feito pela paisagem"
e, por isso, considerou ser "muito feliz" que este prémio do Douro
seja o primeiro conseguido em
Portugal. O projecto foi já premiado na Alemanha e no
Azerbeijão.
"A ideia era fazer um miradouro, um espaço, um palco
que permitisse chegar, ver o território, que é no fundo uma paisagem
classificada duas vezes: o Alto Douro Vinhateiro (ADV) e o Parque Arqueológico
do Vale do Côa. A ideia era potenciar isso", acrescentou Camilo Rebelo. O
betão, que, de acordo com Tiago Pimentel, "tem a cor e a textura do xisto",
é o material predominante nesta construção, que foi inaugurada em 2010.
O júri do prémio decidiu ainda atribuir menções honrosas aos
projetos da Adega Vinícola Gran Cruz Porto, em Alijó, e ao Hotel Vínico da
Quinta do Vallado, em Peso da Régua.
Emídio Gomes, presidente da CCDR-N, salientou que este
prémio "representa a aposta incondicional da comissão de coordenação no
Douro". "O ADV é um bem que temos que cuidar e preservar. Premiar a
arquitetura é cuidar de toda e qualquer intervenção que se vai fazer neste espaço
territorial", afirmou.
O responsável destacou que, entre os dez projetos que
concorreram a esta quarta edição, aparecerem obras que vão desde uma
intervenção numa pequena aldeia vinhateira, a um ancoradouro, um museu e
investimentos privados, como uma adega para vinhos. "Interessa-nos
reconhecer projetos que se enquadrem na paisagem e que, simultaneamente,
permitam acrescentar valor a esta região, seja ele económico, cultural ou
social", frisou.
Emídio Gomes salientou ainda que se está a conseguir mudar a
imagem do Douro, associada a exemplos de más construções. "Durante o meu
mandato vamos motivar alguns agentes públicos para desconstruir uma ou outra
coisa", acrescentou.
O júri desta quarta edição foi presidido por Siza Vieira,
que foi o arquiteto vencedor da última edição do prémio, pelo Armazém de
Envelhecimento de Vinho, projetado para a Quinta do Portal, em Sabrosa. siza
faltou, contudo, à cerimónia desta terça-feira.
Esta quarta edição foi realizada em colaboração com a
Direção Regional de Cultura do Norte, a Liga dos Amigos do Douro Património
Mundial, a Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitetos e a Entidade
Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal.
Fonte: publico.pt
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