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Vale da Veiga

Foto: Foz Côa Friends

Estação e Foz do Côa

30 de Junho de 2012

Foto: Foz Côa Friends

Paisagem avistada junto ao Castelo Velho - Freixo de Numão

26 de Maio de 2012

Foto: Foz Côa Friends

II Passeio pedonal pela Linha do Douro

Quinta abandonada - Almendra

Foto: Foz Côa Friends

II Passeio pedonal pela Linha do Douro

Rebanho nas proximidades da Srª do Campo - Almendra

Foto: Foz Côa Friends

Terrincas

Amêndoas verdes

Foto: Foz Côa Friends

Douro

Rio Douro próximo da estação de Freixo de Numão / Mós do Douro

Foto: Foz Côa Friends

Linha do Douro

Viaduto da Linha do Douro no Vale Canivães entre o Pocinho e a foz do Côa.

Foto: Foz Côa Friends

Pocinho

Vista geral sobre o Pocinho a partir do santuário da Srª da Veiga.

Foto: Foz Côa Friends

Pocinho

Um dos muitos pombais existentes na região.

Foto: Foz Côa Friends

Foz do Côa

Onde o Côa e o Douro se abraçam.

Foto: Pedro Pego

Foz do Côa

Onde o Côa e o Douro se abraçam.

Foto: Foz Côa Friends

Foz Côa

Lagoa

Foto: Foto Felizes

Flor de Amendoeira

Foto: Foz Côa Friends

Igreja matriz de Almendra.

Templo do séc. XVI em estilo manuelino e maneirista.

Foto: Fernando Peneiras

Pelourinho de Almendra

De acordo com a sua feição quinhentista, o pelourinho datará dos anos seguintes à atribuição do foral manuelino em 1510.

Foto: Fernando Peneiras

Foz Côa

Câmara Municipal e Pelourinho

Foto: Foz Côa Friends

Pocinho e Cortes da Veiga

Vista geral

Foto: Adriano Ferreira

Quinta da Ervamoira

Foto: Adriano Ferreira

Foz Côa

Amendoeiras floridas

Foto: Adriano Ferreira

Foz Côa

Floração da amendoeira.

Foto: Adriano Ferreira

Túnel das Pariças

Linha do Douro - Castelo Melhor

Foto: Foz Côa Friends

Foz do Côa

Nevoeiro sobre a foz do Côa.

Foto: Foz Côa Friends

Quinta da Granja

Foto: Foz Côa Friends

Douro

Quinta da Granja

Foto: Foz Côa Friends

Douro

Próximo da Quinta das Tulhas

Foto: Foz Côa Friends

Douro

Próximo da Quinta das Tulhas

Foto: Foz Côa Friends

Douro

Próximo da Quinta das Tulhas

Foto: Foz Côa Friends

Douro

Saião (Pocinho)

Foto: Foz Côa Friends

Douro

Próximo da Quinta das Tulhas

Foto: Foz Côa Friends

Linha do Douro - Caseta

Próximo do Côa

Foto: Foz Côa Friends

Foz Ribeira Aguiar

Próximo da estação de Castelo Melhor

Azulejos

Estação de CF do Pocinho

Manifestação pela reabertura da Linha

Porto

Foto: Foz Côa Friends

Castelo de Numão

Foto: Foz Côa Friends

Capela do Anjo S. Gabriel

Castelo Melhor

Foto: Foz Côa Friends

Castelo Melhor

Foto: Foz Côa Friends

Castelo Melhor

Foto: Foz Côa Friends

Quinta da Granja

Foto: Foz Côa Friends

Quinta da Granja

Foto: Foz Côa Friends

Concerto no Museu do Côa

Foto: Foz Côa Friends

Figos e Amêndoas

Foto: Foz Côa Friends

Foz do Côa

Foto: Filipe Inteiro

Orgal

Foto: Foz Côa Friends

25 junho 2012

Amanhecer na Foz do Côa (vídeo)

Amanhecer na Foz do Côa



23 junho 2012

Defesa e aproveitamento dos recursos endógenos

A linha do caminho-de-ferro do Pocinho a Barca d'Alva

Por: JOSÉ MANUEL DA COSTA RIBEIRO
Presidente da Assembleia Geral da "Foz Côa Friends, Associação"


"Os territórios de baixa densidade são em regra espaços que se debatem com muitas dificuldades, mas que, simultaneamente, têm um conjunto de potencialidades que podem ser aproveitadas para a criação de emprego e de valor".



In "PROVERE, Programas de Valorização Económica de Recursos Endógenos, Das ideias à acção: Visão e Parcerias", DEPARTAMENTO DE PROSPECTIVA E PLANEAMENTO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS, Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, página 4, 2008.
………………..

A importância que as redes sociais de informação vêm assumindo no seio da sociedade, designadamente o Facebook, esteve na origem de mais uma nova associação cultural, a "FOZ CÔA FRIENDS", tendo em conta a versatilidade da comunicação entre naturais e amigos do concelho que residam em qualquer parte do mundo.
O aparecimento da página Foz Côa Friends na rede social do Facebook teve o condão de reunir no mesmo espaço fozcoenses ou simples amigos do concelho, que a princípio apenas procuravam trocar informações de vária índole sobre o concelho de Foz Côa, mas que bem depressa sentiram a necessidade de criar uma associação que englobasse residentes e emigrantes, um pouco por todo o mundo, no mesmo espírito comum — procurar soluções para melhorar as condições culturais e vivenciais de todos os fozcoenses. E assim nasceu a Associação dos Amigos do Concelho de Vila Nova de Foz Côa, Foz Côa Friends, nome pelo qual já era conhecida a página do Facebook e que já se entrosara nas veias da comunicação social. Evitando sobrepor-se às associações já existentes, a Foz Côa Friends deseja ser uma voz activa, inovadora e crítica, quer ao nível da necessidade de criação de estruturas essenciais ao desenvolvimento cultural, quer ao nível da criação e sustentabilidade das redes de apoio e animação cultural, sempre com o objectivo de contribuir para o desenvolvimento social, cultural e económico do concelho de Vila Nova de Foz Côa. Daqui, a prioridade à defesa do património construído, à potencialização dos recursos endógenos, à divulgação e sobretudo à necessidade de criação de infra-estruturas que possibilitem estes desideratos.
O encerramento do troço da linha de caminho-de-ferro entre o Pocinho e Barca d' Alva (1985), nos tempos em que a desertificação do Interior se acentuou, marcou uma das muitas e graves contradições: tornava-se o Douro navegável, do Porto à raia castelhana, mas truncavam-se os últimos vinte quilómetros da centenária linha entre o Pocinho e Barca d'Alva, como se o Douro morresse ali mesmo na reviravolta do monte Meão! Contudo, entre 1985 e 2012, muita água correu no Douro e, embora a desertificação tenha aumentado, muitas novidades soçobraram no espaço edílico entre o Pocinho e a raia castelhana! Desde logo, a descoberta das gravuras rupestres do Côa que em menos de dois anos conquistaram o título de Património da Humanidade da UNESCO, e que em 1996 deram origem ao Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC), por onde a linha de caminho-de-ferro, actualmente abandonada, percorre cerca de vinte quilómetros! 

O Museu do Côa (apenas a 500 metros da foz do rio Côa),
sobranceiro à edílica paisagem do Douro; em baixo, a via-férrea (ao abandono) 

E não demorou a ser inaugurado o já célebre Museu do Côa, construído a cerca de quinhentos metros da linha-férrea, sobranceiro à confluência do Côa com o Douro e que empresta à paisagem uma soberba arquitectura, enquadrada no monte como se tratasse de um monumento milenar que aí fosse edificado pelos gloriosos arquitectos da História pré-clássica. Hoje em dia, sobem o rio Douro, da Foz à Barca, mais de duzentos mil visitantes por ano, que desfrutam uma paisagem edílica, das mais belas do mundo! Todo o percurso da linha férrea, desde a Foz do Douro à fronteira de Espanha é de um encanto sem par: vales prolongados, encostas socalcadas de vinhas, tornadas jardins, declives abruptos onde nidificam o grifo, a águia-real, o abutre do Egipto, túneis abertos na própria rocha, onde a linha desaparece por momentos... Todo o percurso é de inigualável beleza, onde a variedade e a imponência arrebatam os sentidos do visitante. E se é certo que até ao Pocinho, a viagem é extremamente bela, mais bela se torna na subida, daqui para Barca d'Alva, onde o rio se espraia numa paisagem agreste e original, pura e vernácula, com os olivais, os amendoais e as vinhas novas reflectidos no espelho das águas do Douro, avantajadas pela albufeira do Pocinho. Não é por acaso que as equipas olímpicas de remo do norte da Europa demandam estas paragens para os seus treinos intensivos e não é também por acaso que se encontra em construção no Pocinho um dos melhores Centros de Alto Rendimento de Remo a nível europeu!


Paisagem sobre o Douro e o Côa

Negar a viagem de comboio do Pocinho a Barca d' Alva é o mesmo que cortar o viçoso tronco da vide duriense, negando-lhe a vida que gera um dos mais famosos vinhos do mundo!
Talvez por todas estas razões e não só, a primeira acção interventiva da Foz Côa Friends, Associação, recentemente criada, foi precisamente a promoção e a execução do I Passeio Pedonal pela linha abandonada, entre o Pocinho e a estação do Côa, do qual resultou, além de um saudável convívio, a manifestação pública para a reabertura do troço da linha, num grito de alerta para que quem de direito olhe para o Interior e invista nos verdadeiros recursos endógenos, para que a sua valorização não fique apenas no papel.
A apetência turística do vale do Douro é comprovada por vários organismos nacionais e estrangeiros, dos quais se destaca o Centro Mundial de Destinos Turísticos de Excelência (CED), com sede em Montreal, no Canadá, que desenvolveu no Douro um sistema de medição das suas potencialidades, considerando a região duriense como "um lugar cimeiro no cartaz das melhores regiões turísticas do Planeta". Que mais argumentos serão precisos para que a linha do Douro seja reaberta até Barca d'Alva? É que, para além de proporcionar e completar a viagem em comboio, permitirá também o acesso ao futuro cais fluvial do Côa e deste ao Museu e às gravuras rupestres da Canada do Inferno, da Ribeira de Piscos e do Fariseu, subindo o rio Côa em pequenas embarcações, como já se vai fazendo, periodicamente, em visitas nocturnas!
Mas também não é de descartar a hipótese da reabertura da linha internacional, a partir de Barca d'Alva para a região de Castela e Leão, como é vontade expressa de várias associações castelhanas e do próprio governo regional. A Europa comunitária está a repensar a sua política de transportes, fomentando o transporte ferroviário de longa escala, como já vai acontecendo na vizinha Espanha. Mas deixemos os argumentos técnicos para os peritos nestas matérias, sendo que já muitos se manifestaram neste sentido.' (1)

I Passeio pedonal na linha abandonada
promovido pela Foz Côa Friends

Pesem embora as nuvens negras que pairam sobre a linha do Douro (2), a sua reactivação como linha internacional não é uma quimera, nem tão pouco um bairrismo ou uma teimosia imprópria para tempos de crise! Foram os próprios responsáveis políticos que o afirmaram em várias ocasiões e cerimónias públicas, como o Convénio de Barca d'Alva, realizado em 9 de Dezembro de 2007, no qual responsáveis portugueses e espanhóis do governo central, regional e local reconheceram a importância do troço do Pocinho a Barca d'Alva e assinaram um compromisso de reactivação do mesmo, bem como o Protocolo do Pocinho, efectuado em 10 de Setembro de 2009, assinado entre a então Secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, representantes das autarquias locais e organismos regionais, pelo qual o governo português se decidia pela reconstrução da linha do Pocinho a Barca d'Alva, atribuindo-lhe a dotação orçamental de vinte e cinco milhões de euros. (3) 


Panorâmica da cidade e do Museu do Côa

A região do Douro e designadamente o território do vale do Côa tem sido apontado como zona de elevada capacidade de desenvolvimento económico, social e cultural, facto abundantemente argumentado por vários estudos já publicados, dos quais se destacam "o Plano Estratégico de Promoção Turística do Vale do Côa", trabalho executado pela equipa liderada pelo Professor Augusto Mateus (4) e por este apresentado no Centro Cultural de Vila Nova de Foz Côa, em 7 de Julho de 2009 ou o trabalho mais específico liderado por António Cunha Abrantes, promovido pela Associação de Municípios do Vale do Côa, "Estratégia de Eficiência Colectiva PROVERE, Turismo e Património no Vale do Côa", 2009. São apenas dois exemplos de estudos sobre as potencialidades da região do Vale do Côa, comprovadas científica e tecnicamente e que esperam apenas que sejam aproveitadas.
O momento de crise económica e financeira que o país e a Europa atravessam não poderá servir de desculpa para o abandono de investimentos, sobretudo nas zonas comprovadamente capazes de gerar riqueza, emprego e solidariedade! Por isso é justo e racional encarar-se de frente a possibilidade de reinvestimento no transporte ferroviário de longo curso, que no caso do Douro/Côa em muito contribuiria para o desenvolvimento económico do Alto Douro Vinhateiro, do Vale do Côa e do incremento dos transportes de passageiros e mercadorias, ligando Porto/Matosinhos a Salamanca e daqui ao resto da Europa, como em tempos já ligou e do qual nos fala o imortal Eça de Queiroz em "As Cidades e as Serras"! É preciso reinverter a desertificação do Interior, procurando valorizar e dinamizar os recursos endógenos, possibilitando a fixação das populações e o regresso "à terra" e "às origens" de tantos milhares que nestas últimas décadas emigraram quase sem destino! É preciso reinventar e promover as riquezas vernáculas, os produtos agrícolas, artesanais, agro-pecuários! Precisamos de uma acção globalizante, coordenada, planificada e tecnicamente implementada e acompanhada para que o território do Vale do Côa, possuidor de tantas capacidades e estruturas, possa atrair turismo classificado, promova o desenvolvimento cultural e económico e proporcione às gentes do Vale do Côa o progresso que o povo e o país merecem! A reabertura do troço ferroviário Pocinho--Barca d'Alva, utilizado na forma de passeios turísticos (exemplo do comboio histórico) ou como transporte de passageiros e mercadorias de longo curso, unindo o centro da Europa, a região de Castela e Leão, o Alto Douro e o porto de Matosinhos, é sem dúvida um projecto estruturante que pode, com toda a justiça, figurar como uma das principais estratégias dos Projectos Âncora de qualquer "provere", permitindo:
Dinamizar o Museu do Côa e o Parque Arqueológico (PAVC).
Criar o eixo de desenvolvimento territorial "Grande Porto, Alto Douro, Côa e Salamanca".
Contribuir para o incremento da malha de empreendimentos turísticos do Vale do Côa e da sua animação turística.
Afinal a linha, mesmo que abandonada, já existe há mais de um século e renová-la não traria altos encargos, como já foi amplamente provado por vários economistas da especialidade; não feriria a paisagem ou a natureza, nem o ambiente "arqueológico" do Parque do Côa e transformar-se-ia na única via directa de transporte de passageiros e mercadorias desde o coração do Alto Douro e do Vale do Côa até ao planalto castelhano (Salamanca) (5), encurtando a distância de duzentos para pouco mais de cem quilómetros entre estas regiões. A reabilitação do troço entre o Pocinho e Barca d'Alva enquadra-se perfeitamente na Estratégia de Eficiência Colectiva (EEC) do PROVERE do Vale do Côa e contribuirá, sem qualquer dúvida, para a "estruturação de um tecido económico mais dinâmico e competitivo", "assegurará a melhoria da qualidade de vida" e "contribuirá para travar a perda de densidade populacional e económica da região do Vale do Côa". 


(1) O troço entre Caíde e Barca D’Alva representa 77 por cento do total da extensão da linha, configurando, por isso, um cenário privilegiado para a introdução a médio prazo da bitola europeia, o que, aliado ao Porto de Leixões e a um porto fluvial no Pocinho a construir, representaria um importante eixo ferroviário, quer de passageiros, quer de mercadorias, para o Norte de Portugal, o qual poderia ainda estar ligado às Beiras via Vila Franca das Naves. Deve-se, por tudo isso, equacionar muito bem qual o investimento a realizar e a respectiva dimensão, dado ser uma infra-estrutura que se insere numa região à qual, recentemente, foi-lhe atribuída pela National Geographic um honroso sétimo lugar nos destinos turísticos sustentáveis a nível mundial. Mais ainda, no cenário acima proposto, pode bem vir a representar uma importante alternativa à AV entre Porto e Madrid via Lisboa, quer em tempo, quer nos custos da respectiva tarifa.
Alberto Aroso, 2009/12/06 (originalmente publicada no jornal "Público") O troço entre Caíde e Barca D’ Alva representa 77 por cento do total da extensão da linha, configurando, por isso, um cenário privilegiado para a introdução a médio prazo da bitola europeia, o que, aliado ao Porto de Leixões e a um porto fluvial no Pocinho a construir, representaria um importante eixo ferroviário, quer de passageiros, quer de mercadorias, para o Norte de Portugal, o qual poderia ainda estar ligado às Beiras via Vila Franca das Naves. O troço entre Caíde e Barca D’Alva representa 77 por cento do total da extensão da linha, configurando, por isso, um cenário privilegiado para a introdução a médio prazo da bitola europeia, o que, aliado ao Porto de Leixões e a um porto fluvial no Pocinho a construir, representaria um importante eixo ferroviário, quer de passageiros, quer de mercadorias, para o Norte de Portugal, o qual poderia ainda estar ligado às Beiras via Vila Franca das Naves.
(2) O presidente do Turismo do Douro e autarcas da região estão preocupados com o "abandono "da Linha do Douro e afirmam que a retirada de pessoal da REFER das estações indicia mais um passo para o seu encerramento. Lusa, 19 de Março de 2012.
(3) (...) estamos a falar de 25 milhões de Euros, comparticipados por fundos comunitários em 60%. (...) aquilo que o Estado tem que pôr, chegando-se à frente, anda à volta de 9 Milhões de Euros, (...). Agora, compare-se estes 9 Milhões de Euros com os mais de 700 Milhões que está a custar ao Estado a Auto-Estrada A4, e ainda mais com a concessão rodoviária Douro-Sul/1P2. (...) E se de facto não se avança com algo relativamente ao qual o Governo e o Estado se comprometeram, estando em causa um valor de contrapartida irrisório (que nem dá para construir 2 km de auto-estrada). (...) O que é necessário (e foi já orçamentado em Espanha), para reabrir Fuente de San Esteban-Fregeneda-Ponte Internacional sobre o Rio Águeda, está estimado em 80 Milhões de Euros, sem comparticipação; com comparticipação de fundos transfronteiriços, fica reduzido a cerca de 30 Milhões de Euros, ou seja o equivalente a 6 km de auto-estrada nova na Província de Salamanca. A reabertura está enquadrada nas medidas do PLan Oeste do PSOE (...)
Manuel Tão, in Facebook, 25.05.2011
(4) A respeito da reabertura do troço Pocinho — Barca d'Alva e durante a cerimónia do Convénio de Barca d'Alva, o Professor Dr. Augusto Mateus, antigo ministro da economia afirmou: "A verificar-se a revitalização do troço Pocinho e Barca d'Alva — encerrado desde 1987 — haverá possibilidade de fazer do Douro um grande projecto de criação de emprego e desenvolvimento económico".

(5) A actual ligação entre o Alto Douro Superior e Salamanca faz-se através da fronteira de Vilar Formoso numa distância de cerca de 200 kms. 









Artigo publicado na CÔAVISÃO Nº 14 / 2012

Edição Câmara Municipal de V.N. Foz Côa






17 junho 2012

Encerramento de vias férreas versus desertificação




Dir-se-á que é o progresso e que o futuro avança assim, inexoravelmente, espezinhando razões históricas, civilizacionais, ambientais, da economia e dos interesses locais. A questão é que o futuro, em Portugal, tem avançado às arrecuas. Desde a década de 80 do século XX, o encerramento de linhas e troços ferroviários passou a ser uma espécie de desígnio nacional. E, como está bem à vista, não foi por isso que Portugal avançou... a não ser rumo à desertificação. A desertificação do Interior-Norte é directamente proporcional ao desinvestimento em vias-férreas e comboios.


Aliás, o encerramento de linhas de caminho de ferro é apenas um capítulo da mesma política que arrasou outros sectores da economia, da história, da soberania e da vida colectiva portuguesas. Em nome do progresso, deliberadamente, sucessivos governos portugueses desmantelaram sectores imensos de actividade como fossem a marinha mercante, as pescas, a agricultura. E ninguém venha dizer que Portugal ficou mais rico, mais independente ou mesmo mais moderno com tais políticas de terra queimada ou, como também poderá dizer-se aludindo às vias-férreas, políticas de pouca-terra. Poderão esgrimir-se as mais eruditas teorias, as mais modernas correntes de opinião, a mais sonante propaganda. Nada disso altera a realidade que é o empobrecimento, a desertificação e a submissão do País.


A grande questão é que excluindo os grandes interesses plutocráticos, os políticos portugueses não têm em geral qualquer ideia ou projecto sobre o futuro do País. E assim, feche-se, liquide-se, destrua-se, arrase-se. E o Deus dinheiro que reconstrua um país à sua imagem e semelhança.


Fonte: http://economico.sapo.pt/noticias/nprint/78023.html





14 junho 2012

Passeio Pedonal pelos Sítios Arqueológicos de Freixo de Numão


Às sete e meia esperávamos, no Largo da Igreja, os madrugadores dos cinquenta e sete inscritos para o Passeio Pedonal pelos Sítios Arqueológicos de Freixo de Numão.
O tempo amainou a nossa ânsia já que a proximidade levou a que muitos fossem em transporte próprio e outros arranjassem afazeres alternativos. Chegada a hora, partimos, conduzidos pelo amável Tó Zé Carneiro até às Devezas. 




Refeito o Grupo, dirigimo-nos para o Alto da Touça onde apeámos e demos corda às sapatilhas. O frenesim do Sá Coixão, mesclado com saber e responsabilidade, qual patriarca, com uma bengala de focinho adunco e intimidativo, tocava o Grupo por razões que só bem mais tarde viemos a constatar – o percurso era longo e não para brincadeiras. 














 

Entrámos no Prazo, 

















 



recalcámos pedras há muito calcadas, afagámos a lousa que detonou o achado, a memória da amendoeira cujas raízes se entrelaçavam com ossadas desgastadas pela humidade da terra fria; cada um se detinha onde julgava maior interesse para logo a seguir correr porque a distância já era considerada, aumentando, aumentando a do que nos seguia. A paisagem, mais bela que quadro renascentista, disputava a atenção à arqueologia.



“-Embora! embora!“ ressoava, por entre troncos de carinhosas arvores, o tom firme do Mestre. Seguimo-lo.




A calçada romana apresentava marcas profundas das rodas das carroças no áspero granito de grandes blocos que julgávamos impenetráveis.



Quando as necessidades já apertavam, milagrosas “Latrinas de cu ao léu“ surgiram na curva, onde não faltavam as roliças pedras que avantajavam a lata ou o enigmático papel-higiénico (imagino Caius o Grande a mandar indagar qual a planta que o produz) às amarelecidas folhas de jornal que o sol e a chuva tornaram mais parecido a papiro egípcio.



Aliviados, corremos, corremos e demos razão ao ditado “fica-te a mijar e verás o teu companheiro a andar“; apenas a beleza impetuosa da paisagem nos escutava o passo.
A Organização previu o nosso desejo e, com surpresa, presenteou-nos com tripla oferta; de descanso, de abundante manjar e fresco átrio da Casa Grande. Retemperámos forças, comemos e passámos os olhos sobre a riqueza museológica daquela Instituição.




 





Talvez por ser tão agradável o momento, pareceu-nos muito curto. O Timoneiro já tocava o barco a caminho do Castelo Velho. Rampa acima, encurtando a distância ora aos da frente ora aos de trás, desfizemos as jovens calorias quase sem tempo de se afazerem aos receptores.







À chegada àquele alto, mais elevado ainda pela torre de vigia, à qual nos foi facultado o acesso, era deslumbrante a paisagem, cada uma pedindo meças à anterior, consoante o ângulo visual; logo ao lado, as ruínas do Castelo Velho lembram-nos os tempos idos em que foi habitado e os recentes, em que grupos de jovens, tisnados pelo sol brincalhão, orientados pelo energético Sá Coixão, escavaram apertadas terras na ânsia de que algo lhes viesse ter às mãos.




























Quando descemos, novo repasto se nos deparou, adornado pelo sorriso dos incansáveis colaboradores; Se eu soubesse já tinha descido há mais tempo. “Fizemos-lhes o favor“ de reduzir a carga, comendo e bebendo para retemperar forças, desconhecendo o que nos estava destinado.



A voz retumbante soou nos ares: “Vamos, vamos.”, era inconfundível; não só a voz como o exemplo; passo estugado que rapidamente aumentava a distância. O General comandava as hostes. Por mim, fazendo parte dos últimos, ouvia as explicações certeiras do Brigadeiro Carlos Alves que, carinhosamente, nos aturava e ultrapassava, como que adivinhando, a nossa curiosidade. Rapidamente divisámos um vale, com uma casa maior e um correr de outras mais baixinhas, em escombros, que nos foram indicadas como as habitações das minas de volfrâmio dos Sobradais.






Na maior, no andar superior vivia “o alemão“ e eram os escritórios; na parte inferior era o depósito do minério; nas casas baixinhas viviam os operários e os guardas; todos Portugueses que, naquele caso, trabalhavam para o alemão. Os nossos Amigos José Frade Costa e Joaquim Moreira conheceram as minas em laboração e deleitaram-nos com os pormenores.











Mantém-se ainda uma galeria aberta, agora com água e vedada com rede; mais além, um grande tanque onde lavavam o minério. Mais além?!, não, tenho que ir ver; e fui; fiquei para trás mas vi e fotografei; enorme, que mais me aumentou a dúvida – “lavado aqui?! como? Tão alto?! “ Tenho que lá voltar com o amigo Frade Costa. Deve haver ali um “ ovo de Colombo”. Seguimos por entre hectares de jovens oliveiras, segundo nos dizem dos “ espanhóis”, que substituíram os eucaliptos da Soporcel. Antes isso.




A paisagem continua a brindar-nos, encantando-nos tal como a companhia do grupinho que se formou e fechávamos os caminhantes. Neste momento, agradável surpresa, juntou-se ao grupo, ainda que lesionado num pé, mais um “Friend“, no seu Mercedes, provando que a acção não lhe escapa, não é assim Zeca? Bem hajas pelo “ apoio “; ainda deu boleia ao João (foram reunindo os órgãos sociais…).





Nós caminhámos até que o Carlos Alves deu ordem de “encurtar caminho porque já é tarde” ; já estávamos por tudo, mais tempo menos tempo, tudo é tempo. Descemos o cerro, travando “ às quatro rodas” até que lobrigámos o “ Povoado “. Os nossos colegas madrugadores, quando nos pressentiram, abriram alas e lá fomos recebidos com palmas e toques como se de caloiros se tratasse. Nesta altura o comando estava reunido, pelo que o General Coixão, na sua montada rubicunda galopou sob o olhar atento do Brigadeiro Alves. Mal ele sabia que era o último galope que fazia sobre aquela acarinhada azémola. A separação ia ser inevitável, para dor do dono e, suspiros, assim o imagino, da animália.
As fotos de Grupo impuseram-se, com júbilo de todos.









Em seguida fomos, em passo de corrida, para a Sede da ACDR onde um lauto almoço nos esperava. Saboreemo-lo. “ Amanhã” conto-Vos. Um abraço.


José Lebreiro
26 de Maio de 2012