O Sr. Ramalho, viúvo, quando tocado dos copos, especialmente aos domingos e como vivia sozinho (in vino veritas), punha-se à janela da casa onde vivia e bradava em altos gritos: quero-me casar, quero-me casar, não tenho quem me passe a roupa, quem me ajude, etc. etc.
Cá em baixo, um tal "Sarrador", respondia-lhe:
— Olha, Joaquim, casadinho sou eu e não tenho mulher!!!
O Sr. Ramalho insistia que se queria casar, que se queria casar, esbracejando, até que um tal Garcia, conhecido como Nosso Senhor, chamou uma menina Teresa, neta da Bacana, com cerca de 3 ou 4 anos e disse-lhe para perguntar ao Sr. Ramalho se queria casar com a avó nova ou com a avó velha (bisavó). Imediatamente respondeu que era com a avó nova.
Resposta ingénua da miúda: — Com a minha avó nova?!!! — calhava-te Ramalho, — não querias mais nada que casares-te com a minha avó nova!!!
Nota: Daí que, quando ainda hoje alguém pede ou deseja alguma coisa mais especial e que não é possível, a resposta que se ouve é esta:
— Calhava-te Ramalho!
(…)
Na prospecção e respectivo reconto destas pequenas histórias, jamais se quis ferir a susceptibilidade de alguém, muito menos ofender; elas são factos do domínio público e conhecidas do vulgo. E são estas que agora se retratam, com o intuito de não serem arrastados pelo rio Letes para que venham a constituir momentos de boas recordações, de tempos passados e que as pessoas com um pouco de mais idade, certamente os identificarão.
Houve colaboração de muita gente que se prestou a contar este ou aquele pequeno episódio, esta ou aquela história, salientando a prontidão sempre demonstrada por todos, para assim darmos a conhecer aspectos já subconscientes e compreender alguns porquês de certas atitudes e expressões, passando a fazer parte da cultura popular viva.
(…)
Por: Joaquim Alberto dos Santos Marques (CÔAVISÂO).
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