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26 abril 2011

MOÇÃO DE APOIO À REABERTURA DA LINHA DE CAMINHO-DE-FERRO ENTRE AS ESTAÇÕES DO POCINHO E BARCA D’ALVA

Realizou-se no passado Sábado, dia 23 de Abril de 2011, o passeio pedonal entre o Pocinho e a estação do Côa no qual participaram muitos e bons amigos do Concelho de Vila Nova de Foz Côa.
Neste passeio, primeira acção promovida pela Associação dos Amigos do Concelho de Foz Côa, o principal objectivo foi (e continua a ser) a reivindicação da reactivação do troço da Linha do Douro entre Pocinho e Barca D’Alva desactivado a 18 de Outubro de 1988.
Na vertente lúdica e social o passeio incluiu ainda uma festa convívio que serviu para estreitamento de relações entre os fozcoenses residentes e não residentes no concelho.
No plano cultural houve uma visita ao núcleo de gravuras da vermelhosa e uma visita ao magnífico Museu do Côa.
Chegados à estação do Côa os participantes do passeio foram brindados com uma surpresa a cargo dos nossos queridos pantomineiros que, desta vez, se transformaram em “Pantomineiros da Luta”.
Após o excelente momento de humor, aplacada a fome e a sede, José Ribeiro apresentou aos presentes os argumentos que sustentam a moção sobre a reactivação da linha. De seguida, a moção foi sujeita à votação dos presentes através do método de “braço no ar”. A moção foi aprovada por unanimidade e assinada pelos presentes.
A moção está disponível para recolha de assinaturas no Café Havaneza junto ao edifício da Câmara Municipal em Vila Nova de Foz Côa.
Tendo em conta o conteúdo da moção e o seu interesse para toda a região apresentamo-la aqui para que, todos os que concordem com o seu conteúdo, a possam assinar.




MOÇÃO DE APOIO À REABERTURA DA LINHA DE CAMINHO-DE-FERRO
ENTRE AS ESTAÇÕES DO POCINHO E BARCA D’ALVA
Os signatários abaixo assinados, reunidos na estação ferroviária do Côa, em 23 de Abril de 2011, e proponentes da constituição da “Associação dos Amigos do concelho de Vila Nova de Foz Côa, decidem aprovar e tornar pública a seguinte moção:
A linha de caminho-de-ferro do Douro, construída em finais do século XIX, constituiu até meados do século XX, umas das principais vias de comunicação de pessoas e mercadorias entre o Porto e Salamanca e desta para o resto da Europa, tendo sido um dos principais factores de desenvolvimento, designadamente do Douro Superior.
Em 1987, por decisão política, o troço entre o Pocinho e Barca d’Alva foi desactivado, encontrando-se abandonado todo este percurso, bem como vandalizados os seus bens imóveis.
Em 1994 foi descoberto no Vale do Côa, numa extensão de cerca de 20 quilómetros da foz para montante, o maior e mais importante núcleo de arte rupestre ao ar livre no mundo, o qual veio a ser considerado como Património da Humanidade pela UNESCO em 1998.
No ano de 2001, a mesma organização internacional elevou também à categoria de Património da Humanidade o Douro Vinhateiro, o qual abrange a zona do Pocinho e parte considerável do concelho de Vila Nova de Foz Côa.
Em 2010 foi inaugurado o Museu Arqueológico do Côa, considerado um dos mais importantes da Europa, construído apenas a oitocentos metros da foz do rio Côa com o rio Douro.
Nos dez últimos anos foram plantados mais de mil hectares de vinhas nas encostas do rio Douro entre o Pocinho e Barca d’Alva na região norte das terras do Riba-Côa.
Em 2010, a UNESCO elevou também à categoria de Património da Humanidade, o núcleo museológico de arte rupestre de Siega Verde, junto ao rio Águeda, afluente do rio Douro, como complemento e extensão das Gravuras do Côa.
Em Janeiro de 2011, a Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa iniciou no Pocinho, as obras de construção do maior centro de Alto Rendimento do país, que permitirá o treino e o acolhimento das equipas internacionais olímpicas de remo e outras modalidades aquáticas na albufeira do Pocinho na sua extensão até Barca d’Alva.
Em Maio de 2008, o Centro Mundial de Destinos Turísticos de Excelência, com sede em Montreal, Canadá, considerou o Vale do Douro como uma das sete melhores regiões turísticas do planeta.
É cada vez maior o número de visitantes, cerca de duzentos mil por ano, que visitam a região do Douro Superior, e que sobem o Douro navegável até à fronteira de Barca d’Alva.
Em finais de 2010, a Fundação rei Afonso Henriques, com o apoio do IGESPAR e da ACÔA, Associação dos Amigos do Parque e do Museu do Côa, em consonância com o governo da região autónoma de Leão e Castela, encetaram negociações para a criação da Grande Rota do Património da Humanidade do Vale do Douro, Primeiro Sítio Ibérico de Património Mundial, que abrange a vasta região compreendida entre Porto e Salamanca, ao longo do Vale do Douro, na qual o território entre o Pocinho e Barca d’Alva possui a melhor centralidade geográfica.
ASSIM, tendo em conta que o troço da via-férrea entre o Pocinho e Barca d’Alva:
  • percorre cerca de 15 quilómetros em pleno Parque Arqueológico do Vale do Côa, sempre ao longo do rio Douro, sendo o meio de comunicação mais curto e rápido entre estas duas localidades,
  • permite a ligação mais sustentada entre o Parque Arqueológico e a sua extensão de Siega Verde,
  • contribui para a diversificação e o aumento do afluxo de visitantes aos patrimónios mundiais,
  • estabelece a ligação mais sustentável, económica e rápida à região autónoma de Castela e Leão, após a recuperação da linha de caminho-de-ferro entre Barca d’Alva e San Esteban, que as autoridades espanholas pretendem reactivar,
  • possui uma inigualável engenharia ferroviária, exemplo do avanço técnico da engenharia portuguesa do século XIX, que por si só constitui um património de importantíssimo valor histórico,
TENDO ainda em conta que:
  • a região do Riba-Côa não possui qualquer outra ligação rodoviária próxima ou apropriada entre Vila Nova de Foz Côa, Pocinho, Barca d’Alva,
  • a sociedade civil e as autoridades da região autónoma de Castela e Leão estão a envidar todos os esforços para a reactivação da linha férrea de Barca d’Alva a San Esteban e desta até Salamanca,
  • a concretizar esta reabertura, a estação do Pocinho ficará apenas a 100 quilómetros de Salamanca e a pouco mais de uma hora do centro da região castelhana com uma população de dois milhões e seiscentos mil habitantes,
  • o troço ferroviário Pocinho a Barca d’Alva, por si só, se justifica ao nível do desenvolvimento cultural, turístico e económico da região alto-duriense.
CONSIDERANDO ainda:
  • a Resolução de Conselho de Ministros nº 150/2003, de 22 de Setembro, que define e incentiva o Plano Intermunicipal de Ordenamento do Território do Alto Douro Vinhateiro,
  • a Resolução de Conselho de Ministros nº 116/2006, de 20 de Outubro, que criou a Estrutura de Missão do Douro, a qual entre outros objectivos se propõe “valorizar as potencialidades do rio Douro, também na componente comercial, no quadro de uma rede adequada de transportes flúvio-ferro-rodoviários”,
  • a Resolução da Assembleia da República nº 1/2007, de 10 de Janeiro, que recomenda ao Governo português a intensificação de investimentos que desenvolvam integralmente a região do Alto Douro,
  • o Convénio de Barca d’Alva, realizado em 9 de Dezembro de 2007, no qual responsáveis portugueses e espanhóis do governo central, local e regional reconheceram a importância do troço Pocinho a Barca d’Alva e assinaram um compromisso de reactivação do mesmo,
  • o Protocolo do Pocinho, efectuado em 10 de Setembro de 2009, assinado entre a então Secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, representantes das autarquias locais e organismos regionais, pelo qual o governo português se decidiu pela reconstrução da linha Pocinho a Barca d’Alva, atribuindo-lhe a dotação orçamental de vinte e cinco milhões de euros,
OS SIGNATÁRIOS da presente MOÇÃO solicitam aos responsáveis políticos nacionais, regionais e locais a REACTIVAÇÃO do troço do caminho-de-ferro entre a estação do Pocinho e a estação de Barca d’Alva, como via INDISPENSÁVEL para o desenvolvimento estrutural (económico, turístico e cultural) da Região do Douro e designadamente do Norte das Terras do Riba-Côa.
Vila Nova de Foz Côa e Estação (abandonada) do Côa, 23 de Abril de 2011
Obs.: esta moção depois de aprovada e assinada pelos presentes será remetida para:
  • Presidência da República
  • Governo Português
  • Governo Autónomo de Castela e Leão
  • Comissões de Coordenação das Regiões Norte e Centro
  • Estrutura de Missão do Douro
  • Presidentes das autarquias ribeirinhas do rio Douro
  • Parque Arqueológico do Côa
  • Associação Nacional os Municípios Portugueses
  • Associação dos Municípios do Vale do Douro
  • Comunicação escrita e falada

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