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06 abril 2012

Populares não desistem da reabertura do troço Pocinho-Barca d’Alva


Linha encontra-se numa zona que abrange dois patrimónios mundiais

A Associação de Amigos do Concelho de Foz Côa “Foz Côa Friends” não desiste de exigir a reabertura da linha do Douro entre o Pocinho e Barca d’Alva, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. Para o efeito, promove no sábado a segunda marcha pedestre para chamar a atenção para a importância deste troço, desativado na década de 80 do século passado.

No ano passado, a “Foz Côa Friends” promoveu um primeiro passeio entre o Pocinho e a Estação do Côa, bem como uma manifestação no Porto. Com esta nova iniciativa, a associação quer «pugnar para a que a linha seja reaberta». Um dos argumentos é que o troço está na única região do país com dois patrimónios mundiais: o Alto Douro Vinhateiro e as gravuras rupestres do Vale do Côa. José Constanço salienta também a abertura do Museu do Côa, que recebeu 37 mil visitantes no primeiro ano de funcionamento, e que poderia vir a ganhar se os «turistas culturais» pudessem chegar de comboio, até porque a linha passa bem perto do espaço. O vice-presidente da “Foz Côa Friends” sustenta que o funcionamento da linha do Douro entre o Porto e Barca d’Alva é «importante para combater a crescente desertificação e poderia contribuir para combater as assimetrias desta zona».

Pelas suas contas, o regresso dos comboios nesta linha poderia servir «dois milhões de pessoas, do norte de Portugal e de Espanha», além de possibilitar ainda o transporte de mercadorias do porto de Leixões para Salamanca. Para a marcha de sábado, o dirigente acredita numa «grande adesão» por parte da população, num percurso com cerca de 15 quilómetros entre as estações do Côa e de Almendra. E critica a «fraca visão política dos governantes, que se estão a esquecer desta zona», até porque o «caminho-de-ferro é de uma utilidade brutal», defende. José Constanço lembra que a antiga secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, anunciou em agosto de 2009 que o troço Pocinho-Barca de Alva seria reabilitado e reutilizado. «Na altura, especialistas na matéria estimaram que a reativação da linha custaria 25 milhões de euros», refere.

Mas, com apoios comunitários, o Governo português «gastaria apenas sete milhões, o que é uma “bagatela”», sublinha, garantindo que a “Foz Côa Friends” «não vai descansar enquanto isto não chegar a bom porto». A concentração está agendada para as 7h30 na Praça do Município de Vila Nova de Foz Côa, seguindo-se de autocarro para a estação do Côa. A chegada à estação de Almendra está prevista para as 12h30.

Fonte: O interior 

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