Linha encontra-se numa zona que abrange dois patrimónios mundiais |
A Associação de Amigos do Concelho de Foz Côa “Foz Côa Friends” não desiste
de exigir a reabertura da linha do Douro entre o Pocinho e Barca d’Alva, no
concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. Para o efeito, promove no sábado a
segunda marcha pedestre para chamar a atenção para a importância deste troço,
desativado na década de 80 do século passado.
No ano passado, a “Foz Côa Friends” promoveu um primeiro passeio entre o
Pocinho e a Estação do Côa, bem como uma manifestação no Porto. Com esta nova
iniciativa, a associação quer «pugnar para a que a linha seja reaberta». Um dos
argumentos é que o troço está na única região do país com dois patrimónios
mundiais: o Alto Douro Vinhateiro e as gravuras rupestres do Vale do Côa. José
Constanço salienta também a abertura do Museu do Côa, que recebeu 37 mil
visitantes no primeiro ano de funcionamento, e que poderia vir a ganhar se os
«turistas culturais» pudessem chegar de comboio, até porque a linha passa bem
perto do espaço. O vice-presidente da “Foz Côa Friends” sustenta que o
funcionamento da linha do Douro entre o Porto e Barca d’Alva é «importante para
combater a crescente desertificação e poderia contribuir para combater as
assimetrias desta zona».
Pelas suas contas, o regresso dos comboios nesta linha poderia servir «dois
milhões de pessoas, do norte de Portugal e de Espanha», além de possibilitar
ainda o transporte de mercadorias do porto de Leixões para Salamanca. Para a
marcha de sábado, o dirigente acredita numa «grande adesão» por parte da
população, num percurso com cerca de 15 quilómetros entre as estações do Côa e
de Almendra. E critica a «fraca visão política dos governantes, que se estão a
esquecer desta zona», até porque o «caminho-de-ferro é de uma utilidade
brutal», defende. José Constanço lembra que a antiga secretária de Estado dos
Transportes, Ana Paula Vitorino, anunciou em agosto de 2009 que o troço
Pocinho-Barca de Alva seria reabilitado e reutilizado. «Na altura,
especialistas na matéria estimaram que a reativação da linha custaria 25
milhões de euros», refere.
Mas, com apoios comunitários, o Governo português «gastaria apenas sete milhões,
o que é uma “bagatela”», sublinha, garantindo que a “Foz Côa Friends” «não vai
descansar enquanto isto não chegar a bom porto». A concentração está agendada
para as 7h30 na Praça do Município de Vila Nova de Foz Côa, seguindo-se de
autocarro para a estação do Côa. A chegada à estação de Almendra está prevista
para as 12h30.
Fonte: O interior
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