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01 agosto 2011

Ouvimos sorrir o rio Côa…!

Há muito que se ouvia o Rio Côa implorar o achegamento das suas gentes, felizmente, foram muitos os que ouviram tão legítimo apelo.

O Rio Côa, no dia 23 de Abril enviou-nos um sinal muito forte deste seu desejo, fê-lo através da Natália Bispo e do seu marido Romeu, proprietários da “Casa do Castelo” sita no Sabugal. Nesse dia foram os verdadeiros mensageiros da nascente, fazendo chegar às gentes de Foz Côa o excelente líquido, límpido e fresco da sua nascente, sem que este tivesse que palmilhar o lindíssimo leito, mas também agreste e cansativo.



Foi uma enorme surpresa constatar que, apesar dos mais de 100 km que separam Foz Côa do Sabugal, a força e energia que brotam da nascente do Côa estavam presentes. Essa força e energia estiveram bem patentes nas palavras de solidariedade e apreço para com a nossa causa e Concelho que esta nossa amiga fez questão de expressar. Nesse dia caminhámos com a Natália, lado a lado, pela linha férrea, durante algumas centenas de metros. Aqui e ali, ela colocava questões sobre diversos temas relativos à linha e ao nosso Concelho. Nas suas palavras notava-se a curiosidade e solidariedade. A certo ponto, fizemos uma breve pausa na caminhada para que ela pudesse recolher um dos inúmeros parafusos, daqueles que eram usados para fixação dos carris às travessas. Disse que era para recordação.



Os Amigos do Concelho “Foz Côa Friends”, sensibilizados por este episódio, considerando que esta coincidência não é fruto do acaso, começaram por auscultar as diversas entidades a fim de conhecerem a sua receptividade a uma futura “geminação” entre a Nasceste e a Foz do Rio Côa.





Todos acolheram a ideia com entusiasmo e realismo, considerando que este projecto constituiria um significativo e estimulante exemplo ao estabelecer laços de cooperação, económicos e culturais.

A Associação dos Amigos do Concelho “Foz Côa Friends”, apenas se limitou a agilizar e facilitar esta aproximação, no dia 23 de Julho fez deslocar ao Sabugal “Casa do Castelo”, alguns dos seus membros, que mais não fizeram do que servirem de meros mensageiros (de boas noticias).

A manhã estava bonita. O céu azul e o sol brilhante convidavam a uma viagem em ritmo de passeio. Foi o que fizemos. Tomámos o caminho até Figueira de Castelo Rodrigo. Daí seguimos por Almeida, Vilar Formoso e Aldeia da Ponte até ao Sabugal. Foi uma viagem muito agradável que nos permitiu conhecer mais alguns recantos do nosso País.
Chegados ao Sabugal, dirigimo-nos de imediato a casa da nossa amiga Natália, a “Casa do Castelo”.



Nesta casa respira-se tradição e cultura. É a combinação perfeita de um museu em miniatura, loja de artesanato, biblioteca e loja gourmet. Trata-se de um espaço muito acolhedor que nos fez sentir, de imediato, em casa. Nota-se um cuidado muito grande na selecção dos artigos e produtos. Num espaço pequeno ficamos com uma ideia do que o Concelho do Sabugal tem para oferecer aos seus visitantes.



Outro aspecto que chamou a nossa atenção foi o cuidado que houve em preservar os vestígios Romanos e Judaicos encontrados durante a reconstrução da casa.



Lá encontrámos o parafuso que a Natália havia recolhido durante o passeio pedonal em Abril. Embora não tenha servido para juntar o carril à travessa, simboliza agora a união entre a Foz e a Nascente do Côa.

Parafuso

A “Casa do Castelo” está muito bem situada pois tem como vizinho o ex-libris da cidade do Sabugal – o Castelo das Cinco Quinas.

Casa do Castelo e Castelo



Apesar da “Casa do Castelo” se situar no Sabugal, foi o lugar ideal para que pudéssemos transmitir ao senhor Presidente da Junta de Freguesia de Foios – Professor José Manuel Campos, com tranquilidade e de forma convincente os propósitos que ali nos levaram, tanto que, ali mesmo, recebemos um emocionado, sincero e entusiasmado SIM, da parte do Professor José Manuel Campos, na qualidade de Presidente da Junta de Foios.



O Prof. José Manuel é uma verdadeira enciclopédia viva. Tal como a Natália pelo Sabugal, ele é um apaixonado pela sua aldeia, Foios, que se situa no sopé da Serra das Mesas, nascente do rio Côa.



Seguiu-se a visita ao viveiro de Trutas, Serra das Mesas e Aldeia de Foios relatada pelo Prof. José Manuel Campos neste artigo. Foi um prazer e emoção enormes visitar a nascente do rio Côa, um ténue e discreto fio de água brotando entre as rochas, portador de uma história inigualável.



A Serra das Mesas é um verdadeiro tesouro. Nota-se que houve o cuidado de informar para preservar a biodiversidade. A nível geológico apresenta formações curiosas, em forma de mesas, daí talvez o seu nome.







Sobre a aldeia de Foios deixamos aqui um comentário da amiga Lurdes Osório que, julgamos, sintetiza a opinião de todos os que a visitámos: “Esta aldeia Foios, terra com 400 e poucos habitantes, faz inveja a muitas vilas. Tem um pouco de tudo e cativa as pessoas (jovens e menos jovens). Até tem música. Todos os dias, para todos os gostos. O Prof José Manuel está de parabéns. Força”.















Consideramos que a nossa missão ficou cumprida (mas não concluída), cabendo agora às duas Freguesias dar os passos seguintes, nomeadamente na formalização desta “geminação” com a assinatura do respectivo protocolo.

Agradecimentos:

• Junta de Freguesia de Vila Nova de Foz Côa, em especial ao seu Presidente – Senhor Fernando Fachada
Junta de Freguesia de Foios, em especial ao Presidente – Professor José Manuel Campos
Casa do Castelo, em especial à sua proprietária – Natália Bispo
Câmara Municipal de Foz Côa, em especial – Dr. João Paulo, que amavelmente nos cedeu alguns livros sobre a nossa terra, para que fossem entregues ao Senhor Presidente da Junta de Foios e à Casa do Castelo.
Coa-Gráfica - Artes Gráficas Lda, que ofereceu as reproduções das fotos em papel.
• Ao amigo Adriano Ferreira pela fotografia que foi impressa e transformada em quadro.

E, por fim, em nome da Associação dos Amigos do Concelho “Foz Côa Friends” uma palavra de apreço a todos os que contribuíram para o início desta caminhada, que se prevê agradável e em boa companhia, que não se pouparam em sinais de empenho e solidariedade.
Foi bom ter-vos por perto.

Resta-nos dizer que fomos recebidos com genuína amizade, sentimo-nos verdadeiramente “em casa”, obrigado a todos.

O dia foi curto para tanto que nos queriam dar, voltaremos com certeza.



1ª Parte  

2ª Parte 


Luis Branquinho e João Pala.

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