Num planalto bem junto ao rio Douro
Plantou Deus com ternura e com amor
Um povo que é também um miradouro
P’ra quem lança os seus olhos em redor
Vila Nova de Foz Côa é sua graça
Terra de gente boa e lutadora
Que sempre demonstrou que a sua raça
É de muitos louvores merecedora
Tem história esta terra de meus pais
Onde eu tive a ventura de nascer
Povoada por artistas ancestrais
Cujas artes ora estão a aparecer
As figuras rupestres que gravaram
Os artistas que habitavam esta terra
São herança eterna em que deixaram
A riqueza e o prestígio que ela encerra
Também artes mais recentes testemunham
O valor do trabalho destas gentes
Ante as necessidades que se impunham
P’ra chegarmos a outros continentes
As nossas caravelas precisavam
Muitas cordas para as velas desfraldar
Em Foz Côa a indústria iniciavam
Fabricando muitas cordas sem parar
Já antes D. Dinis reconhecera
Que Foz Côa era terra magistral
Confirmou todos os dados que tivera
E deu-lhe a sua carta de foral
Terra agrícola, embora artesanal
Tem na vinha o seu produto mais famoso
Dos socalcos na paisagem natural
Sai o bom vinho do Porto generoso
Às portas da primavera, mil amores
Florescem amendoeiras seculares
Vestem-se os montes de mil cores
E aparecem os turistas aos milhares
Já era uma vila prazenteira
Foz Côa revestida de cidade
Mas passou em belíssima maneira
De famosa Capital da Amendoeira
A Património Mundial da Humanidade
Fernando Marçal / 99
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