Manifestação na praça Humberto Delgado (Porto) pela reabertura da linha Pocinho-Barca d'Alva em 2 de julho de 2011 |
Pires da Fonseca, ex-administrador da CP
“A minha primeira missão na CP foi fechar linhas”
30.03.2012 - 20:15 Por Carlos Cipriano
Antigo
administrador da CP diz que foi
um erro ter-se encerrado a linha do Pocinho a Barca de Alva porque 25 anos depois redescobre-se
que o vale do Douro é a melhor
ligação ferroviária de Leixões à Europa. No
congresso dos transportes, que hoje se encerrou em Lisboa, carpiram-se as
indecisões e os investimentos mal feitos nos últimos anos e deram-se sugestões
para a sustentabilidade de um sector endividado.
José Pires da Fonseca, ex-administrador da CP,
contou que a primeira coisa que fez quando entrou na empresa como jovem quadro
foi ajudar a fechar a linha do Douro, do Pocinho até à fronteira de Barca de
Alva. Mas reconhece que, à luz do debate actual das ligações a Espanha e à
Europa, isso foi um erro.
“Abandonar infra-estruturas de ligação ao país
vizinho é o pior que se pode fazer”, disse, estimando que se aquele troço
custasse 1 milhão de euros por ano, 25 anos depois, os 25 milhões de euros
gastos teriam valido a pena porque Portugal manteria aberta uma ligação
ferroviária de Leixões à Europa pelo caminho mais curto.
O agora administrador da Transdev diz que a linha do
Douro é decisiva para a exploração do minério de Moncorvo porque, para as
empresas mineiras, a logística do escoamento do minério é mais importante do
que as minas propriamente ditas. Daí a sugestão para que se estudasse a
reabertura daquela linha.
Houve mais sugestões. Numa mesa redonda que procurou
responder à pergunta “É possível uma ferrovia sustentável?”, os especialistas
referiram que há investimentos relativamente baratos que podem ter grande
impacto na rede ferroviária nacional. É o caso da modernização dos troços Nine
– Viana do Castelo e Caíde – Marco de Canavezes, bem como, na perspectiva das
mercadorias, a eliminação de rampas que limitam a capacidade de carga dos
comboios.
(…)
Noticia completa em: Jornal Público
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