Na minha terra há um vale
Que me dá tranquilidade
Nele cantam os passarinhos
Em plena liberdade.
E quando ao romper da aurora
Eu oiço a sinfonia
O cantar dos passarinhos
Traz aí um novo dia
Canta o melro, a cotovia
E também o rouxinol
Que lindo trio eu oiço
Logo ao nascer do sol
Nas escarpas da pedreira
O milhafre predador
Faz o ninho em altitude
Mas fá-lo com muito amor
E lá no fundo do vale
Corre o Côa tão sereno
Humilde, são, natural
Sendo grande tão pequeno
Corre este rio sereno
Mas de vez em quando chora
Sem dizer nada a ninguém
Sai do leito, margem fora.
Eu vi o rio chorar
Como é que pode ser?
De raiva, espuma fazia
Para alguém se aperceber
Essas tuas heresias
meu rio belo e perfeito
mostram descontentamento
daquilo que está mal feito
E este vale que é sagrado
e gravado em pedra está,
Património da UNESCO,
outro no mundo não há.
Maria Odete Branquinho
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