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04 julho 2011

"FOZCÔA FRIENDS" - No coração da cidade do Porto para reclamar REABERTURA DA LINHA POCINHO BARCA D’ALVA


Era já quase meio-dia, quando o coração do Porto, que, ao longo da manhã parecia aprisionado por um certo torpor húmido e cinzento, a lembrar mais o Outono que o Verão, recebia finalmente uma lufada de alegria e de irreverência, pelas quase duas centenas de pessoas mobilizadas pela Associação “Foz Côa Friends", que ali foram reclamar a reabertura do troço Pocinho Barca D’Alva.

Depois de, há coisa de dois meses, haverem partido do Pocinho à foz do Côa (palmilhando os 8 km dos cerca de 28, que se encontram completamente destroçados e inactivos desde há 24 anos), como forma de chamarem atenção de protocolos e meras promessas dos governantes, que até hoje não foram além de palavras, sim, não resignados a que tão importante ligação, com Espanha, continue inactiva e adiada, intensificaram a sua luta: foram mesmo ao centro da cidade mais populosa do Norte. Meteram-se no comboio até ao Porto! - «Se a montanha não vai a Maomé, vai Maomé à montanha».
Ante os olhares surpresos de quem passava, lá foram desfilando, pela avenida mais emblemática da invicta cidade, tranquilamente mas determinados e firmes, os inconformados lutadores "Fozcôa Friends", pugnando pelo seu concelho e a sua região. – Fazendo ouvir a sua voz através dos cantares do povo, de forma visível mas ordeira. Em vez da confusão e do ruído que caracterizam as habituais manifestações, marcaram o seu protesto de maneira bem diferente, passando a sua mensagem, através de megafone em punho, distribuindo panfletos e ostentando cartazes: nunca se excederam senão na espontaneidade de um salutar espírito de convivência, reclamando e fazendo valer as suas razões de forma pacífica: - simpática e alegre, entremeada de danças e cantares, pelo Rancho Folclórico de Vila Nova de Foz Côa - Mas, plenos de entusiasmo e convicção, de quem está consciente de que as suas reivindicações são perfeitamente justas - Sem dúvida, que os seus promotores estão de parabéns, pois lograram que, desta vez, o eco das suas mais que imperiosas reclamações, encontrassem o destaque e a ressonância, desejadas, junto das televisões, rádios e jornais. E os apelos não caíssem no vazio - Lembrando que a linha “ É indispensável para o desenvolvimento estrutural, económico, turístico e cultural da região do Douro e designadamente do Norte das terras do Riba Côa”

FOI PRECISO ACORDAR CEDINHO – A VIAGEM É MARAVILHOSA MAS LENTA – ANTES ASSIM QUE NÃO EXISTINDO A ANTIGA LINHA: PERMITE O TRANSPORTE E AO MENOS DÁ PARA CONTEMPLAR AS BELEZAS ÍMPARES DO RIO E DAS SUAS MARGENS – O QUE JÁ NÃO ACONTECE DO POCINHO A BARCA D’ALVA - SENÃO ATRAVÉS DA VIA FLUVIAL
De facto, a viagem começaria, bem cedo, na Estação do Pocinho, pelo aguerrido grupo de manifestantes, que tomou o comboio, com destino a Campanhã, e, dali, até São Bento, onde, rapidamente, se expandiu e engrossou, em termos de propósitos e de participantes, ao mesmo tempo que logo foi assumindo carácter de reencontro e de convívio, com aqueles que os esperavam ou dos que ali se iam juntar, vindos de vários pontos do país.
E tal a era a empatia que rapidamente se apoderou e estabeleceu, entre palavras amigas e os muitos abraços, que, não tardou a que, a par de uma jornada de luta e de protesto, se transformasse também num belo e agradável reencontro de amizade e de convivo – E, muito embora tendo exigido alguns sacrifícios - gastos com a viagem e esforço físico - em prol de uma boa causa, só vimos alegria, uma saudável confraternização e muitos sorrisos! - Todos irmanados pelos mesmos propósitos e objectivos positivos. Mesmo que, para apanhar o comboio, tivesse sido necessário roubar algumas horas ao sono. No entanto, pelos que vimos, a boa disposição era geral e todos se sentiam confiantes de que vale a pela lutar por causas nobres. - A Lusa deu a noticia, que foi muito divulgada Manifestação no Porto para exigir reabertura da linha Pocinho ..

Por: Jorge Trabulo Marques
TEMPLOS DO SOL - CHÃS - FOZ CÔA -TEMPLES OF THE SUN IN PORTUGAL

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