A Região Demarcada do Douro vai transformar em Vinho do Porto 85 mil pipas em 2011, menos 25 mil do que na vindima anterior.
O responsável pelo IVDP adiantou que "não se concretizaram as expetativas de continuar a aumentar as vendas e o crescimento mundial entre os países compradores de vinho do Porto que se esperavam o ano passado". Pelo contrário, acrescentou, "os mercados tradicionais, incluindo o nacional retraíram-se". Vilhena Pereira espera que "a fixação desta quantidade de mosto disponível permita que os preços na produção subam significativamente". O comunicado de vindima, que define o número de pipas a beneficiar, é elaborado com base em vários fatores, tais como a produção prevista de vinho na próxima vindima ou as vendas registadas nos primeiros meses do ano.
Isabel Marrana, secretária geral da Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP), já tinha dito que o comércio ia defender uma diminuição do benefício. A qual, segundo a responsável, se justifica porque a comercialização de vinho do Porto "está em quebra", de designadamente 3.8 por cento no primeiro semestre comparativamente com igual período do ano passado. "Por outro lado temos ainda o excedente de cerca de nove mil pipas que ficaram por vender na vindima anterior", sublinhou.
A Casa do Douro (CD), representante da produção, considera que esta redução significa que os viticultores durienses vão experimentar "novos prejuízos" que vão "por em causa muitas explorações".
"Salvo se o comércio levar por diante uma política substancial de melhoria de preços, o que não me parece", afirmou o presidente da CD, Manuel António Santos.
Por sua vez, a Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID) classificou esta redução como a "ruína" dos pequenos e médios vitivinicultores do Douro e anunciou um protesto para o dia 27 de julho, a decorrer no Peso da Régua.
Fonte: DN, 18 de Julho 2011
Imagens de: Adriano Ferreira
1 comentários:
De ano para ano,os cortes no beneficio são cada vez mais acentuados,ficando cada vez mais os vitivinicultores dependentes de um milagre que tarda em aparecer,os sucessivos governos pouco se têem interessado por 47.000 pessoas que sobrevivem atraves deste modo de vida,esta-se a caminhar a passos largos para a liberalização.Liberalização essa, que devido á maneira conforme está a ser implantada obrigara os agricultores a fabricar o vinho e a vende-lo,sabendo á prior que o grande circuito comercial mundial está á longos anos controlado pelos exportadores,que tambem são produtores e com produção própria,sem precisarem dos vinhos das adegas,nem dos viticultores independentes.Sem preços de intervenção no mercado vão pagando aquilo que lhes apetece,queixando-se que o mercado está em crise.Nada mais falso,segundo o I.V.D.P houve um aumento de 2 por cento nas vendas efectuadas,por tudo isto estou cada vez mais ceptico á sobrevivência de uma cultura ancestral de que muitos dependem.
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