A História
A intenção de edificar o Museu do Côa remonta a 1996, ano da criação do Parque Arqueológico do Vale do Côa. Em 1998 a UNESCO atribuiu a classificação de Património Cultural da Humanidade à Arte Rupestre do Vale do Côa, referindo-se a esta região do Nordeste de Portugal, caracterizada por centenas de gravuras datadas do Paleolítico, como o maior museu ao ar livre do mundo.
Indissociável de uma descoberta arqueológica que apaixonou a opinião pública internacional, o Museu do Côa desenvolve-se num edifício "escultórico" na interacção forte que estabelece com a paisagem, desenvolvendo-se ao longo de 4 pisos que englobam auditório, serviço educativo, área administrativa, loja e salas expositivas.
O Projecto de Arquitectura
O projecto arquitectónico é da autoria de Pedro Tiago Lacerda Pimentel e Camilo Bastos Rebelo. A obra de construção civil iniciou-se em 2007. Os conteúdos científicos foram desenvolvidos pelo Parque Arqueológico do Vale do Côa e por Universidades portuguesas com as quais o IGESPAR estabeleceu protocolos: Universidades do Minho (Unidade de Arqueologia), de Lisboa (Centro de Estudos Geográficos da Faculdade de Letras) e Universidade Nova de Lisboa (Centro de Estudos Comunicação e Linguagem).
A Inauguração
Foi inaugurado no dia, 30 de Julho de 2010. No mesmo dia assinalou-se a abertura da sua primeira mostra temporária, a exposição "Gesto e Inscrição" – Obras da Colecção da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), que reúne 38 trabalhos de nove artistas portugueses contemporâneos, nomeadamente Pedro Cabrita Reis, Fernando Calhau, José Pedro Croft, Julião Sarmento, Michael Biberstein; Alberto Carneiro, Carlos Figueiredo, Ângelo de Sousa e Francisco Tropa.
A cerimónia contou com as presenças da Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, do Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa, Gustavo Duarte, da Presidente da FLAD, Maria de Lurdes Rodrigues, e do Director do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR, I.P.), Gonçalo Couceiro.
O Museu do Côa
A arte rupestre é um desenho, inscrição, escultura ou pintura de interesse artístico feito sobre a pedra, o elemento mais comum na natureza e existe desde os primórdios da humanidade pré-histórica.
A arte rupestre do Vale do Côa existe desde há cerca de 25.000 anos e o seu ciclo paleolítico é tão variado, original e rico em formas artísticas que foi considerado património mundial da humanidade pela UNESCO.
O museu do Côa foi projectado para que os visitantes possam aprender mais sobre a arte rupestre, o vale do Côa, as gravuras e a sua história e até preparar melhor uma visita ao parque do Côa.
SALA A – Do Côa para a Humanidade
Quase sempre nos lembramos das cavernas de Altamira e de Lascaux quando pensamos na arte da Pré-história. Mas, nalguns casos, os grupos humanos destes tempos longínquos deixaram marcas da sua passagem em espaços abertos e, também por isso, o Vale do Côa e um património importante - é o major local de arte paleolítica de ar livre conhecido ate agora no mundo inteiro.
Nesta sala podemos voar sobre os principais sítios da arte do Côa, conhecer os seus diferentes ciclos, da Pré-história aos Tempos Históricos recentes e assistir aos depoimentos de vários especialistas.
SALA B – O Território o Homem e o Tempo
Desde o aparecimento da vida (entre 3,5 e 3 mil milhões de anos) à evolução dos seres humanos durante os últimos milhões de anos, o planeta Terra foi sendo marcado por longos períodos glaciares. Há cerca de 20.000 anos, um pico máximo de frio originou os glaciares nas terras altas de Portugal.
O estudo dos vestígios encontrados no Vale do Côa, sobretudo dos objectos em pedra lascada, provou a presença do Homemsapiens sapiens (igual a nós no aspecto físico) nesta região em vários momentos do Paleolítico superior (entre 31.000 e 10.000 anos antes do presente). Nos vales protegidos do Côa existiam também os cavalos, auroques (grandes bovinos já extintos) e outros animais representados nas gravuras rupestres por estes caçadores do Paleolítico há mais de 10.000 anos.
SALA C – Contextualização Geográfica e Cultural da Arte do Côa
Quando a arte rupestre começou a ser descoberta no século XIX, muitos disseram que não podia ser autentica nem tão antiga porque Ihes parecia muito bem feita.
Mas hoje o que se sabe com certeza é que estes humanos do Paleolítico superior sabiam mesmo desenhar.
Quase todos os sítios de Arte Paleolítica ao ar livre ficam na Península Ibérica e são o seu mais antigo tesouro artístico. A comparação destes vários locais de arte rupestre em grutas e ao ar livre, ajudou a compreender e datar a arte do Vale do Côa.
Mas também foi preciso estudar e registar cada um dos painéis rupestres do Côa através do desenho e da fotografia. A sua datação directa a feita com recurso a técnica AMS (carbono 14) que requer uma quantidade, mesmo que ínfima, de matéria orgânica.
SALA D – Santuário Arcaico
Um Santuário é uma paisagem com o maior e mais impressionante conjunto de arte rupestre. O Santuário Arcaico do Côa é um grande palco natural, atravessado pelo rio, para as gravuras da fase mais antiga do ciclo Paleolítico e tem o nome de Penascosa/Quinta da Barca. As gravuras deste sítio são originais e únicas, face à arte paleolítica na Europa ocidental, como podemos ver em duas grandes projecções interactivas: os desenhos de animais com duas e três cabeças parecem em movimento; a sobreposição, as vezes confusa e emaranhada, das figuras; e o use das partes mais altas das rochas para gravação.
A Rocha 1 da praia do Fariseu seria ricamente decorada com animais de todas as espécies identificadas na Arte do Côa, com excepção do peixe. Numa fase mais recente, as figuras de animais estão gravadas com linhas finas e menos confusas. Na réplica da pequena Rocha 3 da Quinta da Barca está a famosa cabrinha com duas cabeças.
SALA E - O Paleolítico no Quotidiano
Como nos grandes sítios europeus com arte do Paleolítico superior, no Vale do Côa foram encontradas dezenas de pequenas placas de pedra decoradas com gravuras de animais, sinais ou simples linhas. A estas pequenas pedras ou objectos presentes nos locais de habitat chama-se "arte móvel”. Um mapa da Península Ibérica assinala aqui os lugares com achados de arte móvel paleolítica.
Para distinguir todas as figuras sobrepostas na Rocha 1 do Fariseu, gravadas antes de 18.400, foi preciso um trabalho minucioso de separação de cada desenho: os que estão por baixo são mais antigos do que os que estão por cima apesar de serem todos do mesmo período, a Fase Antiga ou Arcaica da Arte do Côa.
A Rocha 1 do Fariseu é muito importante na arte do Côa mas, como está submersa e não pode ser visitada pelo publico, para exposição foi feita uma replica por tecnologia laser.
SALA – F – A História Interminável do Côa
A Canada do Inferno é um sitio fundamental para compreender a evolução da arte rupestre do Vale do Côa. Podemos conhecer também nesta sala o Processo Côa, que teve origem numa grande discussão pública e conduziu ao abandono da construção da barragem do rio Côa em finais de 1995. Daqui ate se adoptou uma música, da qual toda a gente sabia o refrão: as gravuras não, sabem nadar.
Continua neste percurso através do tempo, da arte Magdalenense do fim do Paleolítico Superior a arte pós-paleolítica das comunidades que primeiro se fixaram na zona, como a do homem do Vale de Canivães, e a arte das sociedades guerreiras da idade do Ferro, na foz do rio Côa.
SALA G – O Tempo da Arte
Até hoje não se conseguiu explicar completamente qual foi a origem da Arte, porque nasceu, como aconteceu aqui no vale do Côa e continua a ser feita na época em que vivemos. O que podem ter em comum os artistas contemporâneos com aqueles que gravaram os desenhos nas rochas do Côa? Nesta sala procura-se trazer para os dias de hoje o valor artístico das gravuras rupestres do Paleolítico.
A convite do Museu, o escultor Alberto Carneiro apresenta agora Arvore Mandala para os Gravadores do Côa, uma peça que cresce sobre um castanheiro e que relaciona a Arte com a Vida, a Natureza com Cultura, palavras gravadas em quatro pedras de xisto.
Texto-IGESPAR
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Fonte: eDouro.com
1 comentários:
Muito bom. Gostei muito. É um excelente resumo do que o Vale do Côa tem para oferecer ao visitante.
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